EXPEDIÇÃO PARQUE PATAGÔNIA 2014 / RELATO E FOTOS

15 de janeiro de 2014

De 28 de dezembro de 2013 a 12 de janeiro de 2014 um grupo de sete brasileiros, orientados e liderados por Guilherme Cavallari, percorreu toda a extensão, com bônus, do futuro PARQUE PATAGÔNIA. Foram 169,65 quilômetros totais, 7.229 metros acumulados de subidas e 6.398o metros acumulados de descidas, feitos inteiramente a pé, de forma independente, autossuficiente e autônoma, em 11 dias de trekking.

O grupo se encontrou em Coyhaique, na Patagônia chilena, no meio da CARRETERA AUSTRAL, onde terminou de adquirir os mantimentos necessários para os 11 dias de trekking selvagem e exploratório. A maior parte do alimento foi levada do Brasil, na forma de comida liofilizada, desidratada, leve, compacta e altamente energética, deixando para ser comprado no Chile apenas alimentos frescos e proibidos de ingressar no país pelo controle agrícola sanitário, como queijo e frutas secas.

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Primeiro dia da travessia do Parque Patagonia, cruzando a Reserva Nacional Jeinimeni.

O cardápio da expedição consistia basicamente de granola ou aveia no café da manhã, com leite em pó, café solúvel ou chá; barrinhas de cereais, frutas e castanhas secas, sanduíches de queijo nos primeiros cinco dias durante as caminhadas; macarrão, polenta ou cuscuz marroquino no jantar. O peso total de toda a alimentação para o grupo ultrapassou os 60 quilos.

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Dudu e Hendrik diante de uma pequena manada de guanacos próximo ao Camping Western Winds, na administração do futuro Parque Nacional Patagônia

Cada integrante levou pouco equipamento pessoal, o que garantiu o menor volume e peso possíveis nas mochilas que cada um carregou. Uma muda de roupa para caminhar, uma muda de roupa para dormir, roupa impermeável, roupa de baixo e meias reservas, roupa térmica para o frio e uma camiseta reserva foi mais ou menos o guarda-roupa individual. Mesmo assim, as mochilas pesavam, no primeiro dia, entre 18 a 22 quilos. O grupo foi orientado e optou por usar tênis leves de trekking ao invés de botas impermeáveis mais robustas e pesadas. A razão por trás disso era que, em alguns trechos do percurso, havia diversos rios para cruzar, áreas alagadas e regiões chuvosas, o que atrasaria demais o roteiro se o grupo se preocupasse em manter calçados secos. Pés molhados, mas aquecidos, não representam problema.

O acampamento consistiu em três barracas para duas pessoas de 1,2 quilos cada e um saco de bivaque de meio quilo de peso. Uma espiriteira, com três litros de álcool, e uma panela de aço inox, de capacidade de três litros, compunha a cozinha. Todos levaram mochilas cargueiras de cerca de 60 litros e um par de bastões de caminhada.

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Primeiro acampamento, na Laguna Esmeralda, na Reserva Nacional Jeinimeni. Na foto estão nossas três barracas ultraleves e o saco de bivaque, além da Alessandra, Antonio, Hendrik, Dudu e Juliano

Nas semanas que antecederam a expedição, todos os membros do grupo participaram de treinamentos no REFÚGIO KALAPALO e aprenderam técnicas de orientação, acampamento selvagem, deslocamento em trilha e mínimo impacto ambiental. Os integrantes da expedição foram: Antonio Carlos de Sousa Ribeiro, 55 anos, engenheiro químico de São Paulo/SP; Alessandro Lemos Passos Loiola, 42 anos, médico cirurgião geral de Vila Velha/ES; Arnaldo Juliano Motta, 36 anos, diretor de marketing de São Paulo/SP; José Eduardo Tranquilini Ferras, 35 anos, empresário de São Paulo/SP e Alessandra Araujo Marques, 38 anos, técnica judiciária de Petrópolis/RJ.

O grupo teve o acompanhamento de Hendrik Michael Fendel, 33 anos, engenheiro de produção de Blumenau/SC, que foi fundamental para o sucesso da expedição na condição de auxiliar do líder e segundo em comando.

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Juliano, Alessandro, Alessandra, Antonio, Hendrik, Guilherme e Dudu em frente à casa do guarda-parque, na Reserva Nacional Lago Jeinimeni, prontos para começar o trekking

No primeiro dia de trekking o grupo caminhou da casa do guarda-parque, na RESERVA NACIONAL JEINIMENI, no município de Chile Chico, até a Laguna Esmeralda, onde fez acampamento selvagem nas margens da lagoa. Foram apenas 9,5 quilômetros de caminhada, depois do deslocamento de 60 quilômetros em van, da cidade até a reserva. O ponto alto do dia, literalmente, foi o mirante do Lago Jeinimeni, que o grupo teve que percorrer em toda sua extensão.

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Vista do Lago Jeinimeni do topo do mirante, nosso roteiro segue até o fim do lago, pela margem esquerda, para entrar nas montanhas ao fundo

O segundo dia de trekking levou o grupo da Laguna Esmeralda até a entrada do Valle Hermoso, onde foi montado um acampamento selvagem ao lado de uma velha cabana abandonada, sem teto e com piso de terra batida, que nos serviu de cozinha e refeitório. O percurso percorreu o Valle la Gloria, subiu ao Paso la Gloria, de onde se avista o lindo Lago Verde, desceu até a margem desse lago e entrou no Valle Hermoso. Foram 11,5 quilômetros totais.

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Lago Verde, visto do Paso La Gloria. Nosso roteiro desce até a margem do lago e contorna o pé da montanha rochosa no meio da foto, onde começa o Valle Hermoso

O terceiro dia foi dedicado a uma exploração do Valle Hermoso sem mochilas. Em 21,25 quilômetros totais, cruzando inúmeras vezes rios sem pontes pela água, com vento gelado forte e céu nublado, o grupo chegou até uma geleira e lago de degelo presentes na extremidade leste do vale. No local foi erguido um totem de pedras e deixado um envelope plástico com lembranças do grupo, que poderá ser resgatado ou trocado por outros aventureiros, em estilo Geocaching. No caminho de volta ao acampamento, o grupo escalou uma escarpa íngreme de uma montanha para acessar um campo de neve. Foi o primeiro contato com neve de alguns membros da expedição.

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Lagoa de degelo na extremidade leste do Valle Hermoso, onde construímos um totem de pedras

No quarto dia de trekking, o grupo percorreu boa parte do Valle Avilés, cruzando o Paso Avilés até montar acampamento selvagem ao lado do Rio Avilés (ou Pedregoso) vizinho a outra cabana de madeira abandonada, com teto. O percurso cruzou bosques densos de faias sub-antárticas debaixo de neve em forma de grânulos gelados que caiu constantemente o dia todo. Foram 15,14 quilômetros facilmente vencidos.

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Valle do Rio Avilés, com o Cordón Chacabuco ao fundo. Nós subimos essa cadeia de montanhas pelo canto direito na foto e acampamos no topo

O quinto dia trouxe o grupo ao Valle Chacabuco, às margens do Rio Chacabuco, onde está em construção uma área de camping do futuro PARQUE NACIONAL PATAGÔNIA – a CASA DE PIEDRA. Um banheiro com latrina seca e um quiosque de piquenique era toda a estrutura disponível. Os 20,38 quilômetros desse dia foram praticamente todos em descida leve com raras subidas curtas. Depois de quatro dias enclausurados entre montanhas escarpadas, vales estreitos e pouco céu, a vista do horizonte amplo, do largo vale verdejante e do céu carregado de nuvens velozes deixou todo mundo estonteado. Grupos de guanacos cruzaram nosso caminho por boa parte do percurso.

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Hendrik Fendel no topo do Cordón Chacabuco, com o Lago Cochrane abaixo. Nosso roteiro nos levou até perto da margem do lago

O sexto dia foi o mais difícil fisicamente. Da CASA DE PIEDRA nós acessamos o Lago Gutiérrez margeando um córrego repleto de moitas de calafate espinhoso, contornamos o lago pelo sul e subimos o Cordón Chacabuco acompanhando o leito quase seco de um riacho. Foi uma subida de pouco menos de 1.000 metros de desnível, do fundo do vale ao topo da montanha, onde acampamos às margens de uma lagoa verde esmeralda, em uma minúscula praia de seixos brancos sem qualquer vestígio humano. No cume, um casal de condores plainou a menos de vinte metros de nós, por longos minutos, como se estivessem posando para fotos e filmes. É muito raro ver essas aves em voo de tão perto. Foi um dia de 14,33 quilômetros e esforço físico extremo para diversos membros do grupo.

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Topo do Cordón Chacabuco, onde acampamos em frente a essa praia secreta que ficou conhecida pelo grupo como “nossa praia em algum lugar do mundo”. Os mais corajosos nadaram em suas águas geladas

No sétimo dia descemos a montanha até a Laguna Guagua, por um roteiro totalmente selvagem e sem trilhas. Foi o trecho de maior dificuldade de navegação, vencido sem grandes dificuldades pelos navegadores Guilherme Cavallari e Hendrik Fendel, o primeiro com carta topográfica e bússola, o segundo com GPS. Sistemas analógicos e digitais se completando em harmonia. Nesse percurso, de 11 quilômetros, o grupo viveu um momento de estresse quando um dos membros, Eduardo, se distanciou dos demais companheiros e desapareceu na mata. Por mais de quarenta minutos ninguém sabia onde ele poderia estar e como ele não respondia aos gritos e apitos, nos preparamos para o pior. Felizmente, no final, Dudu estava no pé da montanha, em uma região alagadiça, esperando a descida de todos. Um episódio importante para que todos tomassem maior consciência do isolamento em que nos encontrávamos, dos riscos de acidentes e da quase incapacidade de resgate em tempo hábil em caso de necessidade extrema. Riscos inerentes a esse tipo de atividade no grau de exposição a que nos propusemos. Nesse trecho, extremamente técnico, Alessandra torceu o joelho e passou o resto da viagem lutando bravamente contra a dor.

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A selvagem e isolada Laguna Guagua, nós acampamos no canto inferior direito, em um pasto razoavelmente protegido do vento. Esse é talvez o único lugar possível de acampar em torno da lagoa

O oitavo dia de trekking, de apenas 11,58 quilômetros, nos levou até o Puesto Tejuela, uma antiga fazenda abandonada e que será, um dia, mais uma área de camping do futuro PARQUE NACIONAL PATAGÔNIA. Uma velha cabana de madeira, com teto de chapas de metal e piso de tábuas de madeira, nos serviu de confortável cozinha. Foi mais um dia de navegação delicada, porém mais fácil que o dia anterior pela boa sequência de referências geográficas importantes.

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Cabana abandonada conhecida como Puesto Tejuela. Um fogão a lenha em bom estado nos aqueceu e acolheu durante nosso acampamento. O local também tem uma latrina seca e um rio para banho

Do Puesto Tejuela seguimos para a administração do futuro PARQUE NACIONAL PATAGÔNIA, no Valle Chacabuco. Esse nono dia de trekking, de 17,7 quilômetros de extensão total, aconteceu por estradas de terra em boas condições. Conhecemos as pomposas instalações do parque, fomos muito bem recebidos por seu diretor, Dagoberto Gúzman e, para coroar o dia e nossa expedição, conhecemos a Douglas Tompkins, o legendário montanhista norte-americano responsável pela formação do parque. Pudemos, pela única vez em toda a travessia, desfrutar de um banho quente.

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Expedição e ilustre personalidade… Hendrik, Juliano, Guilherme, Mr. Douglas Tompkins, Dudu, Alessandro, Alessandra e Antonio, na sede do futuro Parque Nacional Patagonia

Tompkins é fundador e principal mentor da CONSERVACIÓN PATAGÓNICA, entidade internacional que adquire latifúndios no Chile e Argentina, constrói instalações de altíssima qualidade e, depois de tudo pronto, doa as terras para a formação de parques nacionais. Ele já constituiu o PARQUE PUMALÍN e o PARQUE NACIONAL CORCOVADO, ambos no Chile, e está à frente o projeto PARQUE NACIONAL IBERÁ que, depois de pronto, será o maior parque nacional da Argentina. O futuro PARQUE NACIONAL PATAGÔNIA é sua obra-prima e um projeto de conservação que pretende concorrer com o PARQUE NACIONAL TORRES DEL PAINE como um dos principais destinos de trekking do mundo no futuro próximo.

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Cabana abandonada na entrada do Valle Hermoso, que usamos como cozinha e abrigo do vento nas refeições durante dois dias. Por iniciativa do Hendrik, colocamos as telhas e as prendemos com pesos

Nosso décimo dia de trekking nos levou dos 400 metros de altitude do CAMPING WESTERN WINDS até quase ao topo do Cerro Tamanguito, a 1.485 metros de altitude, nos tirando do Valle Chacabuco e nos fazendo entrar na RESERVA NACIONAL TAMANGO. Em 23,11 quilômetros de trekking, subimos ao topo da montanha e descemos, debaixo de chuva constante e forte, para o labirinto de trilhas do bosque úmido e alagado da reserva, mapeado e publicado no GUIA DE TRILHAS CARRETERA AUSTRAL. Foi o dia mais extenuante psicologicamente. Dormimos todos no piso de tábuas do REFUGIO EL HUNGARO, na reserva, uma confortável cabana de madeira abandonada, mas ainda em bom estado, com um fogão a lenha que nos aqueceu e acolheu.

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Cabana abandonada na Reserva Nacional Tamango, próximo a Cochrane. Dormimos todos os sete no chão de tábuas da casinha, depois de um dia inteiro de muita chuva

O décimo primeiro e último dia de trekking, de 14,16 quilômetros de extensão, sob céu azul sem nuvens, calor forte e nenhum vento, nos levou até a praça central de Cochrane, na beira da CARRETERA AUSTRAL. Um dia curto, leve, fácil e divertido, e o fim da travessia.

Minha avaliação da expedição, em poucas palavras, mescla sucesso e desejo de crescimento. Um grupo de pessoas que mal se conhecia, com nenhuma experiência em trekking selvagem e exploratório com exceção do staff, nenhum atleta no grupo, conseguiu completar uma travessia longa, complexa e delicada sem maiores incidentes e perfazendo o roteiro previamente delineado. Sem dúvida alguma, um sucesso estrondoso.

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Nosso grupo na foz do Rio Ventisquero, que deságua no Lago Jeinimeni, segundo dia de expedição

Mas, é no esforço consciente e no desconforto programado da trilha que virtudes e fraquezas são expostas. Ficou claro, para cada um e para todos, o potencial individual de cada membro do grupo e a força do conjunto. Na trilha, em acampamentos, na Patagônia selvagem, nossas habilidades técnicas e profissionais, tão valorizadas no ambiente urbano, valem pouco. Na natureza, capacidade de ganhar dinheiro, liderar reuniões, antever tendências de mercado, administrar pessoal, citar conceitos e manusear instrumentos tecnológicos raramente são úteis (para não dizer absolutamente inúteis). Afinal, em escritórios ninguém passa fome, sente frio, carrega peso ou coloca a vida em risco.

Na trilha, valores de resiliência, solidariedade, disciplina, seriedade e confiança são fundamentais e podem representar vida ou morte. Enquanto estávamos em trilha, uma jovem turista israelense de 22 anos morreu de hipotermia enquanto fazia trekking na RESERVA NACIONAL CERRO CASTILLO, não muito distante de onde estávamos. A amiga que a acompanhava não conseguiu ajudá-la e quase morreu também.

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Uma das duas pontes, recém construídas, que cruzam o Rio Avilés. O percurso de trekking que une essas duas pontes já está sendo divulgado como uma das atrações do futuro Parque Nacional Patagonia

No ambiente urbano, somos facilmente iludidos pela relativa importância de títulos emoldurados na parede, bônus depositados na conta corrente, cartões de crédito ilimitado ou o network VIP. Troféus que já vêm enferrujados. Na trilha, na simplicidade inclemente da natureza, se não temos força para subir a montanha, carregar a própria mochila, esquentar a comida, montar acampamento e, principalmente, estender a mão a um companheiro mais cansado, somos tão úteis quanto uma folha de cheque assinada em branco no meio da floresta. No conforto do acampamento, admiramos o forte e o resistente, mas nosso herói é o companheiro mais generoso, aquele que se antecipa e oferece ajuda antes dela ser pedida.

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Hendrik Fendel no fim do Valle do Rio Avilés, com o Cordón Chacabuco no horizonte, quinto dia da expedição

Se uma expedição como essa, onde todos chegaram ao final visivelmente mais magros e alertas, ensina algo, eu diria que é: EU CONSIGO MELHORAR. CONSIGO DAR MAIS DE MIM. O ESFORÇO DO MEU COMPANHEIRO ME ALIMENTA NA MESMA PROPORÇÃO QUE O MEU ESFORÇO O ALIMENTA. SOZINHO, SOU UM PEDRISCO AO SABOR DO VENTO. EM BOA COMPANHIA, SOMOS UMA MURALHA CONTRA UM FURACÃO. O CIMENTO QUE NOS UNE É A GENEROSIDADE MÚTUA.

Agradeço imensamente a confiança e a companhia de todos nessa empreitada. Parabéns a cada um e a todos pelo imenso sucesso. Que essa experiência seja um começo e não um fim. Segue abaixo, imagens satelitais do nosso roteiro, o traço vermelho é nosso roteiro. Imagens do Google Earth…

Dia 1 e Dia 2 Expedição Parque Patagônia

Dia 1 e Dia 2 da Expedição Parque Patagônia, nosso deslocamento foi da direita para a esquerda

Dias 1 ao 5  Expedição Parque Patagônia

Dias 1 ao 5 da Expedição Parque Patagônia,nosso deslocamento foi da direita para a esquerda

Dias 5 ao 9 Expedição Parque Patagônia

Dias 5 ao 9 da Expedição Parque Patagônia, nosso deslocamento foi da esquerda para a direita

Dia 6 Expedição Parque Patagônia

Detalhe do Dia 6 da Expedição Parque Patagônia,nosso deslocamento foi da esquerda para a direita

Dias 6 e Dia 7 Expedição Parque Patagônia

Detalhes dos Dias 6 e 7 da Expedição Parque Patagônia,nosso deslocamento foi da direita para a esquerda

Dia 7, 8 e 9 Expedição Parque Patagônia

Dias 7, 8 e 9 da Expedição Parque Patagônia, nosso deslocamento foi da direita para a esquerda

Para saber sobre nossos futuros projetos, acesse a sessão AGENDA em nosso site: https://www.kalapalo.com.br/index.php/agenda/

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