02 de dezembro de 2009 / 5° dia de viagem / 2.034 km rodados
Resolvemos tirar o dia de folga e ficar aqui em Mendoza, capital argentina do bom vinho. Mas o motivo da parada estendida não foi puramente etílica ou enóloga. Estávamos cansados e estressados. Se o trecho final da estrada no lado brasileiro da fronteira carecia de curvas, as rutas argentinas até aqui eram soporíficas, mais entorpecentes e mais embriagadoras que qualquer Malbec, Cabernet Sauvignon ou Merlot locais. Decididamente os engenheiros mataram a aula de curvas, perderam os compassos e transferidores. Tudo é reta sem fim…
O som do carro pifou. No terceiro dia de viagem um ruído infernal, grave e metálico, começou a estourar as caixas. Adeus Bob Marley, Caetano Veloso, Buena Vista Social Club e Astor Piazzolla – que preparava nossos espíritos para a sessão argentina da viagem. Silêncio no carro. Ou melhor, um puta barulho de vento e motor que só quem tem Land Rover sabe como é…
Uma xícara de café a cada 100 km é a únia alternativa. Então bate o cansaço, o estresse, o mau humor. Por isso paramos em Mendoza.
A cidade é linda, toda arborizada, movimentada, repleta de belas casas antigas e prédios baixos modernos, ruas largas e calçadas espaçosas. Parece haver muita riqueza local, provavelmente proveniente das vinícolas que exportam para todo o mundo. O trânsito é pesado, mas educado, com motoristas dando preferência aos pedestres – aprende Brasil! – e gestos casuais de gentileza aqui e ali.
A região é seca, desértica, mas acho que parreiras gostam disso. Os Andes não estão distantes e seus contrafortes emolduram Mendoza. Lojas de aventura estão por toda parte, aqui é a porta de entrada para o Aconcágua. Mas os turistas querem mesmo é comer bem e beber vinho. Nada difícil e com o câmbio 2,21 Pesos argentinos por Real o bom fica barato.
Dorminos essa noite no camping do Parque San Martin, que me lembrou muito o Zoologischer Garten de Berlin e de manhã, assim que o sol nasceu em um céu livre de nuvens, o esturro de um leão me despertou. Sem brincadeira, nada de parábolas ou metáforas. Um leão de verdade roncava perto da minha barraca… É que o jardim zoológico é vizinho e a jaula do leão fica em frente á entrada do camping. Indescritível a sensação de acordar dentro da barraca ouvindo um leão rosnar “ao lado”…
Alo Guilherme / Adriana estamos acompanhando essa aventura. Muita sorte e alegria.
BONS VENTOS.
Dos amigos João / Gisele – Piedra del Fraile – El Chalten / Araraquara-SP
E aí Gui, tudo bem?
Acabei de voltar de Mendoza, não deu para fazer o trekking no Aconcágua, fizemos só um tour pelos Andes até a Ponte Inca, mas valeu… lugar belíssimo, pretendemos retornar.
Grande abraço,
Fernando
OI FERNANDO! ADOREI MENDOZA! AVENTURA, HISTÓRIA E VINHO… UMA COMBINAÇÃO TRIPLAMENTE FELIZ! HEHEHE…
ABS,
GUILHERME CAVALLARI