MOCHILA CARGUEIRA FEMININA

18 de abril de 2010

Boa parte do meu trabalho acontece em campo, pesquisando, descobrindo e mapeando roteiros para serem publicados nos livros da coleção Guia de Trilhas. Além disso, treino regularmente em trilhas. Meu hobby é fazer trilha, seja de mountain bike ou em trekking. Ou seja, estou constantemente em atividade de contato com a natureza, sempre com equipamento apropriado.

Muita gente me pergunta que equipo eu uso. Curiosidade natural. Em atividades de aventura bom equipamento é sinônimo de segurança, conforto e qualidade de vida. Mostro aqui itens que usei, testei, aprovei e recomendo em campo…

Categoria: Mochila cargueira feminina
Marca: Deuter
Modelo: Air Contact Pro SL
Tamanho: 55 + 15 litros
Peso: 2,95 kg
Dimensões: 80 x 32 x 40 cm

Personagem: Nos roteiros de trekking costumo viajar com minha mulher, Adriana Braga, professora de yoga, 1,53 de altura, 52 kg, 44 anos (ela não esconde a própria idade) e sem preparo físico de atleta. Depois de muita insistência minha, ela começou a treinar em academias para ganhar massa muscular, resistência e força, mas sua estatura, idade e condicionamento não permitem que ela carregue muito peso. Como fazemos trekking relativamente longos, de forma autosuficiente, independente e selvagem, isso poderia ser um problema.

Adriana consegue carregar 1/3 de seu peso na mochila, contando inclusive o peso da própria mochila. Essa inclusive é uma boa medida de referência. Pessoas muito bem condicionadas conseguem carregar mais, até 1/2 de seu próprio peso (mas isso é arriscado e subjetivo). Por tudo isso, a escolha da mochila ideal para ela sempre foi uma questão delicada e essencial.

Histórico: Adriana me acompanhou no mapeamento de muitos roteiros de trekking publicados nos dois volumes da coleção Guia de Trilhas Trekking, como Torres del Paine (Patagônia, Chile), Dentes de Navarino (Terra do Fogo, Chile), El Chaltén (Patagônia, Argentina), sempre usando uma mochila Air Contact Pro SL da Deuter. A razão principal para essa escolha foi conforto.

A mochila vazia não é exatamente leve, mas não tem como conseguir o nível de conforto que a mochila oferece sem adição de peso. Peso inteligente. Nesse modelo, as almofadas que sustentam a mochila em contato com o corpo são robustas, firmes, macias, não absorvem água e são extremamente porosas. Por isso o nome “air contact”. É como se fosse um colchão de ar suportando o peso da mochila junto ao corpo.

Principais pontos positivos: Ainda no quesito conforto, que é a principal característica da mochila, eu destacaria o fato do modelo ser feminino (adaptado à anatomia do corpo da mulher) e as muitas possibilidades de regulagem. (No meu livro Manual de Trekking & Aventura, Kalapalo Editora, https://www.kalapalo.com.br/, esse modelo de mochila é utilizado na apresentação da sessão “Como ajustar a mochila”, com todo o processo detalhado passo a passo todo o processo). Na verdade esses dois atributos são essenciais para o aumento do conforto. Mas a mochila tem compartimentos inteligentes, em tamanhos práticos, que ajudam a distribuir volume e peso e a facilitar o acesso. Há um zíper grande, em “U”, no corpo da mochila que permite que ela seja aberta pela frente também, agilizando muito na hora de pegar um item soterrado no fundo da mochila. O bolso de tampa (compartimento que fica no topo da mochila) é espaçoso e pode ser transformado em uma mini-mochila para uma caminhada rápida. Um bolso plano interno nesse compartimento é perfeito para levar um livro, diário de viagem, dinheiro e documentos. O modelo também é compatível com sistema de hidratação, que considero essencial. Gosto muito do tamanho e formato dos bolsos laterais, que por serem expansíveis parecem caber um mundo (mas isso também pode deixar a mochila “gorda” demais). A capa de chuva é integrada mas independente, protegida em um compartimento só dela no fundo da mochila. Mas uma das coisas que mais gosto nessa mochila (eu uso o mesmo modelo, só que masculino e maior: Air Contact Pro 70 + 15) é o sistema de apertar a barrigueira, que a gente empurra para frente ao invés de puxar para trás. É muito mais eficiente, anatômico e permite ajustes mais delicados.
Principais pontos negativos: Difícil destacar algum, mas em terrenos técnicos, em roteiros de trekking mais selvagens, com passagem em bosques fechados, frestas estreitas em rochas, a mochila às vezes é “gorda” demais e dificulta a passagem. Uma das maneiras de amenizar ou até solucionar isso é não encher (ou sequer usar) os grandes bolsos laterais. As fitas de compressão também são úteis para minimizar essa questão. Sinto falta de um modelo Deuter de mochila cargueira slim (magra, em inglês).

Dica: No mapeamento no Parque Nacional Cerro Castillo, na Patagônia chilena, que será publicado no Guia de Trilhas Carretera Austral (lançamento previsto para setembro/outubro de 2010) essa técnica que sempre uso de pendurar em uma árvore nossas mochilas, vestidas em suas respectivas capas de chuva, usando um cordim e dois mosquetões, deu muito resultado. Choveu por 48 horas sem parar e depois nevou por mais nove horas consecutivas e as mochilas ficaram completamente secas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


MARCAS QUE APÓIAM NOSSOS PROJETOS: