Beyond the House of the False Lama

30 de abril de 2019

R$49,00

Livro usado, capa dura, em inglês, perfeito estado de conservação. 
310 páginas
2005

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Categoria:

Descrição

Livro usado, capa dura, em inglês, perfeito estado de conservação. 
310 páginas
2005

Mais um livro lido como preparação para a EXPEDIÇÃO MONGÓLIA BIKEPACKING, marcada para 1 de julho a 31 de outubro de 2019…

Eu já havia lido o primeiro livro do autor, George Crane, BONES OF THE MASTER, que narra seu inusitado relacionamento com um monge chinês nos Estados Unidos, que termina por guia-lo por uma aventura bizarra na região autônoma no norte da China conhecida como Mongólia Interior. Nesse segundo livro, Crane retoma parcialmente a relação com o monge e resgata pendências do livro anterior, mas como acontece em geral com “sequências”, o autor perdeu a mão.

Literatura pode ser um frutífero campo de experimentos onde quase tudo é possível. Se obedecemos a regra básica de organizar o texto de forma bela e harmoniosa, é praticamente impossível escrever um livro ruim. A estética é tudo. “A forma é tudo”, escreveu Andres Roslund, famoso autor contemporâneo sueco. Porém, existe também a questão da autenticidade, da voz interior que deve soar como nenhuma outra. Ponto no qual Crane parece não ter atentado nesse volume.

No livro, reconheci facilmente as vozes de Hunter S. Thompson, criador do “jornalismo Gonzo” e autor do hilário e cáustico FEAR AND LOATHING IN LAS VEGAS (traduzido em português como MEDO E DELÍRIO EM LAS VEGAS), de Charles Bukowski e sua literatura poética e etílica, sempre muito divertida, e também a voz do iconoclasta Henry Miller, autor de TRÓPICO DE CÂNCER e de TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO, que foi meu autor favorito por muitos anos, num episódio de adolescência tardia aos trinta anos de idade. Vozes dissonantes de seus tempos, vozes corajosas e propositadamente agressivas. Vozes que quando imitadas soam invariavelmente falsas e vazias.

Num trecho no meio do livro BEYOND THE HOUSE OF THE FALSE LAMA, Crane chega a confessar seu crime, quase num forma de desculpas: “Toda literatura é plagiada e falsificada, inventada a partir de partes e pedaços de outros trabalhos. […] Uma espécie de história telepática, direta e sem intermediários ou impedimentos. As regras são simples: aprender tudo, ler tudo e, acima de tudo, ser flexível. Ou seja, roubar.”

Em teoria, a proposta literária por trás de BEYOND THE HOUSE OF THE FALSE LAMA pode parecer bem fundamentada. Na prática, o livro ficou restrito ao que exatamente é: um diário desorganizado e desconexo, uma piscina rasa onde o leitor não consegue mergulhar fundo sem bater a cara no piso. Nem a quarta parte do livro, a parte final, quando finalmente o autor viaja à Mongólia em busca de um templo perdido no Deserto de Gobi, consegue salvar a obra. 

Informação adicional

Peso 0,450 kg
Dimensões 25 × 15 × 5 cm

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