BLUGRAMA… VOCÊ AINDA VAI OUVIR FALAR DESSE ROTEIRO!

25 de abril de 2011
Eu e minha magrela em um quarto de hotel em Ibirama, SC… Conhece o ditado: “antes só do que mau acompanhado?”

Vou lançar outro ditado: “mais vale uma magrela fiel que duas turbinadas incertas…”.

De volta a Sampa, depois de 8 dias de pedal e exatos 484,14 quilômetros mapeados inteiramente de bike (e cerca de 520 percorridos) no trabalho de mapeamento do primeiro anel do Guia de Trilhas Serra Geral (BLUGRAMA).

O percurso ficou assim: Blumenau – Pomerode – Rio dos Cedros (Palmeiras) – Rodeio – Apiúna – Ibirama – Aurora – Ituporanga – Vidal Ramos – Botuverá – Blumenau. Mais o trecho opcional Blumenau – Apiúna (pelo Parque Nacional Vale do Itajaí).

Pontos altos da aventura? Vamos ver se consigo eleger alguns poucos…

No meio do Parque Nacional Vale do Itajaí, perto do Faxinal do Beppe, vimos (eu e meus dois companheiros naquele dia, Hendrik e Cela) um quati enorme na trilha, devia pesar uns 12 quilos. O bicho ficou um tempão olhando a gente sem entender direito o que era aquilo… Humanos de rodas!

Vivi minha primeira experiência de atravessar de bike uma “pingela”, uma ponte pêncil para pedestres muito comum no vale, sobre o imponente Rio Itajaí-Açu… Algo como fazer slackline de bike.

Eu, Hendrik e Mathias, outro companheiro momentâneo e pedal, rodamos 82 quilômetros em um dia de muita serra, com uma longa parada estratégica em Pomerode onde nos entupimos de tortas doces e salgadas. Obviamente o dia ficou curto e quando estávamos ainda a uns 12 quilômetros da pousada onde tínhamos reservas e faltando minutos para o anoitecer, encontramos um amigo do Hendrik que nos ofereceu hospedagem em sua casa de campo… Cama, banho quente, jantar de suculento bacalhau, cerveja gelada e bom papo. Nenhum hotel cinco estrelas do mundo conseguiria nos hospedar melhor!

Em Blumenau, Hendrik e eu fomos tomar café e comer tortas no famoso Cafehaus, no Hotel Glória, lugar chique frequentado pela nata da cidade (nos dois sentidos)… Só que nós estávamos fantasiados de ciclistas, empoeirados, sujos, fedidos, cansados e orgulhosos de um pedal de mais de 70 quilômetros debaixo de muito sol. Muito engraçado! Cada garafada que eu dava era uma lágrima de satisfação e, à nossa volta, todo mundo fazendo de conta que a gente era parte da decoração… Samambaias vestidas de lycra.

Problemas com o GPS entre Ibirama e Aurora, pânico! Passei mais de meia hora ligando e desligando o aparelho, quebrando a cabeça para entender porque a trilha previamente mapeada havia desaparecido, sem saber com prossiguir viagem… Quando de repente me dei conta que bastava voltar às origens e perguntar o caminho aos locais… Alívio! Uma informação aqui, outra ali e quem tem boca chega a Roma, ou a Aurora, ou a qualquer lugar no planeta!… O GPS até voltou a funcionar no meio do caminho, envergonhado de sua ineficiência e ameaça de inutilidade.

Senti falta de comida fresca em Botuverá e na única e recém inaugurada padaria da cidade pedi uma salada, qualquer uma, não aguentava mais comer pão e pizza! A dona do estabelecimento fez cara de dúvida mas disse que daria um jeito… Duas horas depois tentei me deliciar com milho e ervilhas em lata, conserva de pepinos, conserva de repolho, azeitonas verdes e cebola crua – a única coisa fresca no prato! Tudo regado a óleo de soja… Melhor voltar pra pizza.

No Faxinal do Beppe comi caqui no pé… Entre Apiúna e Ibirama comi goiaba da goiabeira… Em Blumenau tomei cerveja artesanal… Em Guabiruba provei um refrigerante local de laranja chamado Água da Serra… Em Aurora a dona da pousada onde dormi me serviu geléias caseiras de goiaba, banana e abóbora, acompanhado de pães feitos em casa de cenoura e mandioca.

Mês que vem vou mapear o segundo anel do circuito…

3 respostas para “BLUGRAMA… VOCÊ AINDA VAI OUVIR FALAR DESSE ROTEIRO!”

  1. Anonymous disse:

    Parabéns e obrigado pela escolha da região. Sou nativo e pedalo por essas bandas a bons anos. Fico a disposição para qualquer ajuda que se venha ser necessária. Pena a primeira impressão do receptivo, que aliás é um dos problemas que temos aqui com o turismo.

    Mais uma vez, parabéns pela iniciativa.

    Gilmar Kroenke.

  2. Francisco disse:

    Gui
    Duvida: como voce prende o seu GPS na bike?
    Vi pela foto que voce prende diretamente na barra. Tem algum suporte ou é algum modelo tabajara?

  3. Anonymous disse:

    FRANCISCO,
    VOCÊ REPARA NOS MÍNIMOS DETALHES, HEIN? HEHEHE…
    MAS FOI ÓTIMA A OBSERVAÇÃO, PARABÉNS!
    NA VERDADE EU ESQUECI O SUPORTE ORIGINAL EM SÃO PAULO E TIVE QUE IMPROVISAR… PEGUEI UM PEDAÇO DE BORRACHA E.V.A. PARA A BASE E AMARREI TUDO COM TIRAS FINAS DE CÂMARA VELHA DE PNEU, QUE SEMPRE LEVO COMIGO PARA EMERGÊNCIAS COMO ESSAS…
    A AMARRAÇÃO FICOU TÃO BOA QUE JÁ ESTOU QUESTIONANDO A NECESSIDADE DE SUPORTES ORIGINAIS, HAHAHA!
    ABS,
    GUILHERME CAVALLARI

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


MARCAS QUE APÓIAM NOSSOS PROJETOS: